Hoje estava no trabalho quando um colega de trabalho veio me perguntar como que iria fazer o TPB (treinamento policial básico) é um curso que os policias militares fazem aqui de dois em dois anos. Esse curso acontece durante uma semana em período integral, esse colega veio conversar que como eu tinha carga horária reduzida para 20h/semanais deveria fazer em duas semanas, eu disse que realmente, mas que nas duas ultimas vezes fiz em uma semana e arrumei ajuda nessa semana, porém esse ano vou fazer em duas semanas pois não tenho como deixar os meninos além do mais como é lei, pretendo resguardar o meu direito. A conversa que se seguiu foi que ele tinha uma colega também militar que tinha redução de carga horária mas que aos sabados e domingos trabalhava com um time de futebol em uma função que eu não me recordo (acho que o filho é autista) enfim ele me disse que achava errado ela trabalhar nisso se ela não podia trabalhar integralmente aqui, já que a lei era para ela poder passar mais tempo com o filho.
Logico que não consegui ficar calada ao ver uma pessoa que tem um filho saudável me falar isso, uma pessoa que não tem noção o quanto é desgastoso viver em função dos filhos MESMO, filhos que não serão independentes, que não vão conseguir ir no banheiro, que não vão conseguir comer sozinhos.
E é isso que acontece na maioria das vezes:
-MÃE conforme-se, DEUS escolheu você, sabe que você é capaz, senta ai Cláudia.
- Deus quis.
-Conforme-se a cruz é sua.
- você é especial
E toda aquela ladainha... do tipo se vira querida...!!! o problema é seu!
Usando como exemplo essa fala do colega, fico pensando em toda a rotina exaustiva da mãe e que no final de semana ela arrumou um ser iluminado que se voluntariou a ficar com seu filho para ela fazer o que gosta 4 vezes por mês!? pasmem dos 30 dias que ela leva uma rotina exaustiva meu exemplo: entre fisioterapias, hidroterapias, equoterapias, consulta com neuros, pediatras e ect, ect, ect.... entre crises convulsivas e choros, choros... ela conseguiu 4 dias para fazer o que gosta e está sendo julgada por uns insensíveis que só sabem: Você foi escolhida, é especial...
Fica a minha total indignação, as pessoas não enxergam a mãe, na verdade muitas vezes esquecem nossos nomes (mãe, maezinha e ect)
Eu amo meus filhos mais que tudo no mundo, mas nunca nunca da para comparar uma maternidade especial com uma digamos normal.
A maternindade é entrega total; e na pratica as pessoas esquecem que nós mães especiais temos desejos, vontades e sonhos.
Não tem nada de especial... é natural e todos que são pais normais (digo normais porque tem aqueles que matam, abandonam, estupram entre outros) vão cuidar dos filhos deficientes com todo amor do mundo, igual cuidariam de um sem deficiencia.
O foco desse post é ajuda, é compaixão pelos pais e famílias que tem uma rotina bem exaustiva... se vc pode ajudar, ajude... Olhe para a mãe tomar banho, fazer uma refeição, ir em um cinema... ajude-a a se lembrar que ela também é gente. Se não pode ajudar... não julgue, não opine, guarda seus palpites e conversa fiada para você.
Logico que nada justifica um crime, mas quantos cuidadores em surto, matam filhos, cometem suicidio em seguida... eu pergunto onde está a ajuda? digite no google e veja a lista...
Hoje temos até alguns projetos com foco em cuidadores, mas o que me mata é essa hipocrisia da sociedade!
Enquanto isso: Senta Cláudia!
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